quarta-feira, 30 de setembro de 2020

PROGRESSO OU LIDERANÇA

 

PROGRESSO OU LIDERANÇA

José Maurício Guimarães

Líder e liderança  não são a mesma coisa: é possível alguém ocupar um cargo “de liderança” e não conseguir sequer motivar seus colaboradores: são os “chefes” que apenas estão no poder. A pessoa que verdadeiramente “inspira” os demais nem sempre ocupa um cargo, pois tal proeminência exige CRIATIVIDADE: capacidade de conceber ideias e “imagens” a partir de situações e questões, interpretando-as e formulando ponto de vista CLARO e assimilável.

São perdas de tempo os tais estudos que classificam líderes e liderança em três, quatro ou mais tipos como: liderança autocrática, liderança liberal, liderança democrática e liderança coaching. Fico a pensar se Platão, Napoleão Bonaparte, Churchill ou Einstein fizeram coaching...

Em se tratando de uma Ordem (ou sociedade) como a nossa  a Maçonaria  esqueçam tudo isso (por enquanto) e analisem o assunto com as próprias cabeças.

Tento analisar o problema com minha cabeça; posso estar redondamente enganado, mas exerço o livre pensar sem pretender ser formador de opinião; quem já me xingou disso (formador de opinião) recebeu merecida resposta.

Teóricos ganham bastante dinheiro com intermináveis falatórios sobre o tema; gastam horas do nosso tempo e enriquecem as suas (deles) contas bancárias explicando diferenças entre gestão e liderança. Conceitos de líder servidorlíder liberallíder democráticoautocráticolíder técnicomotivadorlíder carismático, etc. são firulas  rebuscamentos da fala para exprimir coisas simples que o homem comum sabe distinguir por intuição. No nosso caso basta, como já disse, raciocinarmos com o próprio bestunto:

1) sendo a Maçonaria uma síntese de diversas tradições filosóficas, sociais, políticas, correntes intelectuais e atitudes de transcendência; 2) sendo a Maçonaria um sistema que visa profunda e sincera reforma de seus membros pela REFLEXÃO íntima;  3) sendo a Maçonaria um método de reforço do caráter, de aprimoramento da bagagem moral e espiritual e do aumento dos horizontes culturais; 4) sendo a Maçonaria uma organização composta por instituições que permitem a seus membros o exercício constante busca da verdade, SEM QUAISQUER DOGMAS OU DIRECIONAMENTOS...  ... como e por que poderíamos conceber ALGUÉM investido na função mística ou divina (guru ungido pelos deuses) capaz de definir metas, impactar a vida das pessoas ao seu redor, “ser admirado para ser seguido” e incensado  como ensinam novas escolas de treinamento  ou vir impor-se por diversos meios, artifícios claros ou sub-reptícios?

Estou tentando, aqui, nessas mal traçadas linhas, exercitar o livre pensar; reconheço que, na qualidade de mortal, posso estar “enganadamente redondo”.

Para conduzir, comandar, unir ou desunir elementos dentro do grupo, a Maçonaria precisa de bons dirigentes e não de líderes; precisa de bons ou excelentes gestores testados e comprovados com sucesso nos embates da vida profana.

O maçom é um LIVRE PENSADOR, ou não é? Para quem nunca refletiu sobre essa expressão, Livre Pensador é o indivíduo cujas opiniões são elaboradas com base na razão e no convencimento íntimo, independentemente de quaisquer autoridades ou mesmo de formadores de opinião. Espera-se que cada maçom (cada homem e mulher livres deste e de outros planetas) formem sua própria opinião: se essa opinião estiver em consonância com os princípios éticos e filosóficos, da Ordem ou da sociedade, ela estará contribuindo com o processo civilizatório; caso contrário, será uma voz dissonante, um alarido de “reformadores” fanáticos a trazer mais problemas do que soluções.

Há os que ainda não formaram opiniões com base na razão. Esses permanecerão por um tempo ancorados em pessoa ou pessoas que se lhes apresentem como líderes... são as fragilidades inerentes à civilização e, na Maçonaria, as possíveis instabilidades do processo iniciático.

A média do comportamento humano não pode servir de régua para medir o progresso, assim como a média das inteligências não é padrão para se aquilatarem homens livres.

Há líderes religiosos, líderes políticos; Hitler, Mussolini e Stalin se apresentaram como líderes e foram seguidos por milhões! Há líderes de torcida organizada, e até... líderes de organizações criminosas. Mas numa Ordem livre, assim como nas universidades (livres) e na imprensa (livre) não se pode avançar sob cabresto e jugo do autoritarismo, mesmo que travestido em liderança.

Não levem ao pé da letra o que estou tentando argumentar; deletem meu texto – mandem para a lixeira – e analisem os fatos vocês mesmos, na teoria e na prática.

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terça-feira, 29 de setembro de 2020

PROGRESSO OU LIDERANÇA

 

PROGRESSO OU LIDERANÇA

José Maurício Guimarães

Líder e liderança  não são a mesma coisa: é possível alguém ocupar um cargo “de liderança” e não conseguir sequer motivar seus colaboradores: são os “chefes” que apenas estão no poder. 

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domingo, 20 de setembro de 2020

A CRUZADA DAS CRIANÇAS

A CRUZADA DAS CRIANÇAS José Maurício Guimarães

Qual a natureza, extensão e causas da violência contra crianças? Especialistas propõem adoção de medidas destinadas a prevenir e responder às situações em que ocorrerem atos de violência contra as crianças que, em grande parte continuam acontecendo dentro dos próprios lares. Os crimes contra crianças incluem violência física, abusos de natureza física e psicológica, discriminação, negligência e maus tratos. Um dos aspectos da violência psicológica é impor determinados comportamentos ou compromissos às crianças ou jovens, incompatíveis com sua capacidade de julgar e tomar decisões.

Um caso deste tipo ocorreu por volta de 1212, no noroeste da França, quando um pastorzinho de Vendôme, chamado Stephen de Cloyes, arrastou consigo um grupo enorme de crianças para combater contra os infieis na Terra Santa. Esse movimento, ocorrido entre a Terceira e a Quarta Cruzada, foi denominado “Cruzada das Crianças” e baseava-se numa convicção religiosa de que apenas as almas puras (das crianças) poderiam libertar Jerusalém. Stephen de Cloyes dizia ter sido visitado por Jesus que o teria incumbido de liderar aquela “Cruzada dos Inocentes”. Muitos autores dos séculos XVIII e XIX tentaram desmentir esse fato e ainda há professores que dizem ser uma lenda as aventuras de Stephen. 

Mas na época – dizem os cronistas de antanho, Stephen foi estimulado por adultos, especialmente o clero católico, que convenceu o céu ao pastorzinho se ele conduzisse seus seguidores às margens do Mar Mediterrâneo, onde as águas haveriam de se abrir para lhes dar passagem “a pé enxuto”, como no êxodo protagonizado por Moisés. Assim, avançariam até Jerusalém conduzidos por uma legião de anjos.

Com essa história, Stephen atraiu uma multidão de mais de 30.000 pessoas e dirigiu-se para Saint Denis onde foi visto praticando milagres, promovendo algazarra e transgressões de todo tipo. Tentando coibir os abusos, o rei Filipe Augusto da França foi ao encontro da meninada e ordenou que todos voltassem para suas casas. Como não obedeciam, pois só tinham ouvidos para os gritos fanáticos do pastorzinho Stephen, o rei Filipe Augusto não vislumbrou outra alternativa: despejou a soldadesca em cima da criançada, causando pânico e machucaduras

graves. Muitos morreram pisoteados pelos cavalos ou atingidos por lanças. Mas a ideia ressurgiu com a notícia de que Constantinopla havia sido saqueada e que os cristãos não podiam confiar nos adultos. Deturpando as palavras de Jesus ("vinde a mim as criancinhas porque delas é o Reino") alguém reorganizou a violência com base nos ideais do pastorzinho. Cinquenta mil crianças foram colocadas em navios saindo do porto de Marselha rumo a Jerusalém. Crianças e jovens, na maioria entre 8 e 17 anos – meninos e meninas – deixaram suas casas e qualquer outra coisa que estivessem fazendo. Surdos ao apelo dos pais, respondiam que caminhavam "para Deus". Fugiam de casa às escondidas, como que magnetizados. Por onde passavam, pediam esmolas, distribuíam ou solicitavam bênçãos. Maioria daquelas crianças morreu no caminho, de frio, fome e doenças.

Dois dos navios afundaram nas costas da Sardenha; a peste atingiu outras embarcações e algumas chegaram ao Egito com dezenas de mortos a bordo. Os sobreviventes foram vendidos como escravos pelos turcos no norte da África. Vários meninos e meninas escaparam, se dispersaram e acabaram sendo recapturados ou sequestrados. Foram escravizados e seviciados.

Os professores ingleses Christopher Tyerman, do Hertford College, em Oxford, e Malcolm Barber, da Universidade de Reading apresentam outras versões e interpretações sobre a “Cruzada das Crianças”. Há opiniões, talvez movidas por suspeitos interesses, que tentam incluir essa tragédia na lista das lendas e fantasias medievais. Todavia, a história está documentada. Consta dos textos dos principais cronistas da época, entre eles o frade dominicano Vincent de Beauvais e o "doutor admirável" , frade e filósofo Roger Bacon.

Vestígios desse episódio chegaram aos dias de hoje num conto folclórico intitulado "O Flautista de Hamelin" reescrito pelos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm.

CONCLUSÃO: Todo entusiasmo é susceptível de se transformar em fanatismo. A educação religiosa e a introdução de crianças e jovens no pensamento iniciático devem ser feitas com muito critério, sempre acompanhadas dos pais e de especialistas em psicologia e pedagogia. Não se deve admitir apenas o amadorismo, diletantismo ou mera "boa vontade" nesse particular.


 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

SEJA BEM-VINDO AO LABIRINTO

PREZADO LEITOR:
Se você chegou até aqui, seja bem-vindo!
Este BLOG não pretende "revelar" mistérios da Maçonaria, uma vez que o entendimento desses "mistérios" advêm única e exclusivamente da Iniciação regular numa Loja maçônica justa e perfeita, da vivência consciente e continuada nas reuniões presenciais e do estudo através dos Graus do Simbolismo (Graus I , II e III : Aprendiz, Companheiro e Mestre). Advêm também dos eventuais progressos nos Altos Graus (Grau 4 ao Grau 33) ou Ordens maçônicas (Supremos Conselhos, Real Arco, Rito de York, REAA, etc...) Portanto, vã é a procura, por parte dos curiosos, na internet, por atalhos na senda iniciática; no máximo, encontrarão decepções ou o embuste advindo da má-fé dos experts em lesar ou ludibriar pessoas inocentes e crédulas. 
Este BLOG é dedicado à reflexão sobre a Maçonaria enquanto fenômeno CULTURAL e HISTÓRICO, como ocorre, nos dias de hoje, principalmente noutros países, em classes universitárias voltadas para a pesquisa histórica e científica relativamente aos elementos da prática TRADICIONAL e rudimentos do saber iniciático.
A ilustração acima mostra o labirinto como paradigma da vida psicológica e iniciática.  Em muitas catedrais, como em Chartres, desenhos de labirintos nos lembram os templos vetustos e os antigos tempos. Na Grécia, essa forma de obstáculo tinha que ser superada para que se conseguisse alcançar determinado objetivo. Passagens mitológicas mostram como o fio de Ariadne conduziu o ateniense Teseu no labirinto de Dedalus para destruir o Minotauro, criatura com a cabeça de touro sobre o corpo de homem. O labirinto é símbolo do lento e persistente progresso do pensamento, das provas e desafios da vida, do retorno do homem a "si mesmo" (o Self, para C.G. Jung), uma descida ao interior da caverna (Vitriol) e a saída triunfante para a luz (mito da caverna, em Platão), ou àquilo que as religiões chamam “o bom caminho” ("... entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, muitos são os que entram por ela" - Mateus 7:13-14). Facilis aditus, difficilis exitus (fácil de entrar, difícil de sair) preconizavam os latinos diante do labirinto. No início, desconhecemos a trilha, o medo nos envolve e por isso retornamos a um mesmo determinado ponto. Tudo isto são aspectos do que Machado de Assis descreveu, com ironia e humor, no prólogo da terceira edição de 'Memórias Póstumas de Brás Cubas':
Trata-se de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Toda essa gente viajou: Xavier de Maistre à roda do quarto, Garret na terra dele, Sterne na terra dos outros. De Brás Cubas se pode dizer que viajou à roda da vida."
Por conseguinte, e exatamente por isso - este Blog não vende nada e sequer indica esse ou aquele caminho no intrincado e perigoso cipoal por onde transitam interesses pessoais inconfessáveis.  Para os que estão à cata daqueles atalhos, repito as palavras de Dante Alighieri em frente ao portal do Inferno: "lasciate ogni speranza, voi ch'entrate" (deixai toda a esperança, ó vós que entrais).
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José Maurício Guimarães - 33º REAA, M.I. , MAR, KT



 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

LABIRINTOS DA INTERNET

 

PREZADOS LEITORES:
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Isso não significa que deixarei de escrever ou compartilhar com vocês os meus estudos. Só a FORMA DE COMUNICAÇÃO será diferente. Mudando o sistema de envio dos artigos, ao invés de eu remeter E-mails diretamente, o Blog “Cartas Maçônicas” disparará mensagens para a caixa de E-mail de quem se inscrever.
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José Maurício Guimarães - 33º REAA, M.I. , MAR, KT



terça-feira, 8 de setembro de 2020

LIVROS DA MINHA BIBLIOTECA


 LIVROS DA MINHA BIBLIOTECA 

José Maurício Guimarães

(em homenagem à memória de Arnaldo Xavier)

ROLAND EDIGHOFFER, professor emérito da Universidade de Paris III (Sorbonne nouvelle), dirigiu também o “Institut d'Allemand” de Asnières (Hauts-de-Seine) até sua aposentadoria em 1991. Especialista em Hermetismo e Rosacrucianismo, editou a revista Aries2 (Leyde, Brill) com Antoine Faivre e Pierre Deghaye. Antes de ser professor nas universidades de Paris, foi professor associado de alemão no ensino médio, notadamente no "Lycée Pasteur" em Neuilly-sur-Seine e na também Universidade de Rouen, Centro de Estudos e Pesquisas Austríacos. Roland Edighoffer vive ainda, com 93 anos em Neuilly-sur-Seine. Neste livro, Roland Edighoffer analisa a sociedade ideal segundo Johannes Valentinus Andreae. 

Johannes Valentinus Andreae é hoje considerado o autor desses textos surgidos no Século dezessete (os Manifestos). Nascido em 17 de agosto de 1586 e morto em 27 de junho de 1654, Valentinus Andreae foi um teólogo alemão de sólida formação luterana. Assim como Lutero concretizou os ideais de reforma do Cristianismo, Johannes Valentinus Andreae veio propor uma REFORMA da sociedade com bases Cristãs. Andreae foi um membro proeminente do movimento utópico protestante que começou na Alemanha e se espalhou pelo norte da Europa e na Grã-Bretanha sob a orientação de Samuel Hartlib e John Amos Comenius.

Precisamente por se tratar de um romance (de um conto mesmo, à maneira de de Chrétien de Troyes* a Goethe**), as características literárias a a estrutura dos textos rosacrucianos vão além do aspecto estritamente simbólico (alquímico). Regine Frey-Jaun lançou luz sobre esse assunto em 1989, ao considerar a "Festa de Casamento" (Bodas Alquímicas de Christian Rosenkeutzer) como uma parábola (alquímica), um texto literário com estrutura narrativa coerente e “uma intenção específica”. O estudo das ligações entre espiritualidade e criação literária também merece interesse, a fim de entendermos os textos dos chamados “Manifestos” como uma história anônima na qual se reflete uma experiência subjetiva que há séculos contribui para gerar uma dinâmica referente a uma "comunidade simbólica" (a Rosa-Croix), possuidora de um "Canon" (conceito, regra concernente à fé, à disciplina religiosa ou conjunto dos livros considerados de inspiração divina)

O método iniciático está descrito, de forma simbólica, no texto conhecido como “Chymische Hochzeit Christiani Rosencreutz anno 1459” (publicado em 1616, em Estrasburgo). A data 1459 faz parte do título da obra, daí muita confusão sobre as edições serem do século quinze ou do século dezessete. Noutras palavras: é um texto de 1616 contando uma história passada em 1459. Em Inglês, foi editado como “Chymical Wedding of Christian Rosenkreutz, 1459” e em português, “O Casamento ‘quimico’ de Christian Rosencreutz em 1459”. É uma das três obras fundamentais do rosacrucianismo, uma lenda e um fenômeno cultural que permaneceu em moda em toda a Europa naquele período.

O foco desse movimento era a necessidade de educação e o incentivo às ciências como chave para a prosperidade das nações (estados nacionais, na época). Mas, como muitos movimentos da Renascença, as ideais científicas eram frequentemente veiculadas pelo viés do hermetismo, do ocultismo e mediante conceitos neoplatônicos. As ameaças e acusações de heresia, impostas por rígidas autoridades religiosas (protestantes e católicas), e o clima intelectual reinante forçaram esses ativistas a se esconderem atrás de sociedades secretas fictícias e escreverem anonimamente suas ideias, enquanto reivindicavam acesso à "sabedoria ancestral secreta" (sabedoria que eles mesmos sabiam estar inacessível). O mesmo se deu, evidentemente, no campo da maçonaria – e essa pode ser a chave que os estudiosos da maçonaria perderam ao tentar estuda-la.

O “Chymische Hochzeit Christiani Rosencreutz anno 1459” foi editado em 1616, em Estrasburgo. Sua autoria permaneceu anônima até meados dos anos 1900, mas hoje é sabidamente atribuída a Johann Valentin Andreae. O “Casamento” é descrito como o terceiro dos manifestos originais da misteriosa "Fraternidade da Rosa Cruz" (os rosacruzes), embora seja marcadamente diferente do “Fama Fraternitatis” e do “Confessio Fraternitatis”, tanto no estilo com no assunto. Nenhum estudante sério do método de simbolismo rosacruciano ou maçônico conseguirá ir muito longe em seus estudos sem uma leitura crítica desses três documentos.

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* Chrétien de Troyes (c. 1135 – c. 1191) foi um poeta e trovador francês do final do século XII. Foi um dos primeiros autores de romances de cavalaria, sendo também considerado o primeiro grande novelista em língua francesa. Suas obras inspiraram a literatura em toda a Europa Ocidental durante a Idade Média.
** "Fausto", protagonista de uma popular lenda alemã, considerado símbolo cultural da modernidade.

ALEGORIA INICIÁTICA

    ALEGORIA INICIÁTICA José Maurício Guimarães Os artistas representam essas alegorias sem muito rigor com o que acontece nas cerimônias do...